sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Insegurança no Parazinho: Jatene desconversa e coloca culpa no povo

O governador eleito dividiu com a população a responsabilidade pela segurança de todos ao declarar que “quando a sociedade não consegue resolver um problema, ela torna aquele problema um problema
policial”.
Na coletiva de imprensa realizada ontem no Comando Geral da Polícia Militar para tratar sobre a situação de insegurança na capital depois da sangrenta madrugada de 5 de novembro cujo estopim foi o assassinato de um policial militar ligado à Ronda Ostensiva Tática Metropolitana no bairro da Terra Firme, o governador reeleito Simão Jatene falou muito mas disse pouco. Desconversou sobre a renovação da cúpula à frente da Segurança Pública - depois de ele mesmo ter anunciado, no início da semana, que realizaria mudanças significativas na estrutura de poder para o novo mandato -, reafirmou o óbvio ao dizer que as investigações para dar conta de como ocorreram outros dez homicídios, possivelmente correlatos ao primeiro, registrados naquela noite, estão em andamento, não anunciou ações emergenciais para impedir um novo episódio como esse, confirmou não ver sentido do uso da Força Nacional nesse momento e dividiu com a população a responsabilidade pela segurança de todos ao declarar que “quando a sociedade não consegue resolver um problema, ela torna aquele problema um problema policial”.

“Estamos há mais de 36 horas sem nenhuma morte”, declarou Jatene em meio à coletiva, por volta das 11h30. “O que acontece quando passamos por uma situação como essa? A sociedade recua em determinados procedimentos que criam ambientes favoráveis ao crime. Não é culpa, é uma questão natural da sociedade!”, disse o governador, depois entrando em detalhes e citando que as pessoas estavam evitando ficar na rua até tarde, bebendo e etc.
“Aumentar a segurança não é ser simplista e apenas colocar mais viatura e mais policial na rua. Os sistemas de repressão são insuficientes, e uma mudança de hábitos nesse sentido é uma decisão que vem da própria sociedade”, reforçou, dando como exemplo o hábito de as festas iniciarem muito tarde, como algo que “não acontece em outras cidades, só em Belém” e sugerindo que “tudo começa na aglomeração”. “Eu considero a prevenção ao crime um desafio coletivo”, justificou.
Questionado sobre a competência de sua cúpula à frente da Segurança Pública do Estado, Jatene foi escorregadio e não respondeu a pergunta. Citou uma publicação do ministro da Suprema Corte de Justiça da Argentina, Raúl Zaffaroni, que esteve em Belém, por ironia do destino ou não, justamente no dia 4, horas antes dos assassinatos ocorrerem, conduzindo a Assembleia Geral do Comitê Permanente da América Latina para Prevenção do Crime (Coplad), em que ele admite que a violência sai vitoriosa quase sempre no embate com a paz, apesar de todo o avanço da tecnologia, voltou a falar em coletividade e se irritou ao ser instigado novamente a responder.
“Eu acho que a avaliação, não só da Segurança Pública, mas de todo o Governo, esse Estado fez muito recentemente”, encerrou, claramente se referindo às eleições desse ano, na qual amargou uma derrota em primeiro turno e terminou reeleito no segundo por pouco mais de três pontos de diferença do segundo colocado, Helder Barbalho, do PMDB, e com uma rejeição de mais de 48%.

Um comentário:

  1. Parazinho algo pejorativo lá moram pessoas honestas e dignas que não tem culpa nenhuma de uma cidade tão bonita como Santarém ter parado no tempo com uma falta infra estrutura imensa sem opção de serviços realmente e triste mas é muito facio jogar a culpa na capital mas será que os políticos santareno não tem também sua parcela de responsabilidade e a sociedade também não tem a sua parcela de culpa?

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