sábado, 25 de maio de 2013

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS, E A XAROPADA DA SUSIPE

Ou a Superintendência do Sistema Penal do Pará (Susipe) usa de dois pesos e de duas medidas em Santarém ou o superintendente Tenente-coronel André Cunha não passa de uma Rainha da Inglaterra, ou seja, não apita nada por essas bandas. 
Após a descoberta de um túnel numa das cadeias do complexo de Americano, a Susipe tratou de gritar aos quatro cantos que abriu um Procedimento Administrativo (PAD) para apurar o caso e prometeu ainda punir severamente quem tenha favorecido a ação dos internos que queriam fugir. Ocorre que em Santarém já se pode construir uma estação de metrô no subsolo do presídio do Cucurunã e a mesma Susipe sequer divulgou que estaria instaurando algum PAD para apurar as responsabilidades. O agravante vai mais além ainda. Recentemente, um preso de Cucurunã participou ao vivo do programa Rota 5 (SBT) sendo entrevistado pelo apresentador Antônio Junior num ato que em qualquer outro Estado custaria a demissão do superintendente e de toda a direção da cadeia. Não se tem notícia de que em alguma cadeia do Brasil tenha ocorrido algo parecido. No momento em que o preso conversa com o apresentador, a direção do presídio estava dentro dos pavilhões negociando o fim de um motim, coisa que já se tornou rotineira naquela unidade penal. 
No ano passado, o mesmo Antônio Junior leu o depoimento do bandido conhecido por Lota que foi preso em Manaus. Lá, ele teria dito à polícia civil que pagou R$ 3 mil para fugir do presídio de Santarém. No meio policial e entre os parentes de presos comenta-se que uma outra fuga teria rendido ao facilitador cerca de R$ 32 mil. Até o momento, mais de cinco túneis que juntos devem somar mais de cem metros foram encontrados no presídio de Cucurunã. E pasmem, nenhum procedimento administrativo foi aberto ou qualquer funcionário penalizado pelas irregularidades. 


Duas mortes já aconteceram e dezenas de espancamentos toda semana. A administração não consegue sequer manter a funcionabilidade administrativa. Todos os carros do presídio estão quebrados e os enfermeiros e médicos concursados pediram demissão. No ano passado, uma enfermeira chegou a fazer uma queixa-crime no Ministério Público Estadual por assédio moral contra o diretor antes de pedir demissão. As assistentes sociais pediram transferência e licença sem remuneração só para não ter que trabalhar no presídio durante a passagem dessa direção. Onze a cada dez agentes prisionais estão insatisfeitos e com as condições de trabalho e reclamam que estão sendo perseguidos pela direção. São fatos que se comentam pelas ruas e nas mesas de bares da cidade. Agentes dizem que os presos não ficam mais trancados nas celas. Rondam pelos pavilhões pondo em risco a segurança de quem trabalha lá. Alguns vão para o trabalho pensando se vão voltar. Não sabem mais a quem recorrer. Tudo isso acontecendo e será que a Superintendência de Belém não acha que tem algo de errado? Ou o superintendente é conivente com a situação ou não passa de uma rainha da Inglaterra. 
O presídio de Santarém precisa de um choque de gestão, pois toda a direção já perdeu a credibilidade diante das contínuas denúncias que não param de chegar aos veículos de comunicação da cidade. O interventor que veio de Belém só piorou a situação e os presos já estão pedindo a sua cabeça. Quem trabalha no presídio diz que ele se preocupa mais em perseguir os funcionários do que resolver as deficiências administrativas da cadeia.
Por Juscelino Campos, o JK

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